Eu fico me perguntando qual a sensação que um madridista tem quando vê Lionel Messi jogar. Há uma impressão de que o futebol no Madrid é movido por mecânica, uma máquina de fazer dinheiro e ganhar títulos. Mas se isso for verdade, como ser indiferente e não mostrar paixão pelo que Messi faz em campo?

Me considero fã incondicional de Cristiano Ronaldo, pela dedicação que ele exibe pelo futebol como esporte. O gajo é um atleta, um "Schwarzenegger da Bola", um verdadeiro "Exterminador" de recordes, para completar o trocadilho. Mas, futebol não é uma competição de fisiculturismo, não é um filme de ação... Futebol é um teatro onde os gênios são os maiores intérpretes, e nesse contexto, se CR7 é Schwarzenegger, Messi é Shakespeare!





De Cristiano Ronaldo, a gente espera sempre uma excelente atuação. Ele faz a gente vibrar e entender mais de futebol. Mas do camisa dez do Barça, você nem sabe o que esperar, pois não imagina o que ele é capaz de fazer em campo. E ele se supera...

Messi leva a gente se emocionar, chorar, perder o rumo e até se perguntar o porquê da existência da vida! Pois é aí que eu me pergunto, madridista: quando você vê Messi deixar um zagueiro no chão, no mínimo você se questiona "por que eu vivo pelo Madrid, se Messi não está do nosso lado?".





Já vivemos muitas temporadas sob a companhia de Messi, e campanha após campanha do Barça, ele passa por cima dos altos e baixos, e comprova que é um jogador incomparável! Digno de colocá-lo lado a lado com os maiores, independente da seleção argentina...

A sintonia que existe entre a bola e Lionel Messi é a mesma que existia com Pelé ou Maradona. Não é algo sintético, palpável, é uma coisa espiritual, a bola cola de um jeito nos pés destes mitos, que desafia as leis da física, como a mecânica de cifras e títulos do Real Madrid.





Com tantas glórias para se orgulhar, o torcedor do Real Madrid talvez não sinta inveja de ter Lionel Messi. Entretanto, o madridista deveria ao menos sentir gratidão. Afinal, a sede incessante de vencer dos merengues jamais seria a mesma se não fosse o talento avassalador de Messi.